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#BRADESCO | 11/07/2025
Encontro Estadual do Bradesco define estratégias de luta contra fechamento de agências

Bancários propuseram ações orquestradas nacionalmente, com atos públicos, corpo a corpo nas agências e mobilização intensa nas redes sociais.

O fechamento de agências, as demissões em massa e o adoecimento de quem permanece nos postos de trabalho foram os assuntos mais debatidos durante o Encontro Estadual do Bradesco, que aconteceu em formato virtual, na noite desta quinta-feira (10/07). O evento online reuniu 54 pessoas, entre bancários e dirigentes sindicais, que relataram o complexo cotidiano nas agências no estado do Rio Grande do Sul: poucos funcionários para atendimento presencial e poucos caixas eletrônicos, forçando os clientes a usarem o serviço digital. "O Bradesco se orgulha de ser o segundo banco no Brasil que mais atende aposentados, mas é justamente esse público, que não domina os meios digitais, que está sendo mais prejudicado com essa política", pontuou o diretor da Fetrafi-RS e coordenador da COE Estadual do Bradesco, Sandro Cheiran.

Após a abertura do Encontro, o vice-presidente da CUT, Éverton Gimenis, analisou a conjuntura política atual e apontou os caminhos de luta para os próximos meses, com vistas às eleições de 2026. "O presidente Lula está tendo muito dificuldade de aprovar as matérias que beneficiam os trabalhadores e isso tem gerado um desgaste do governo. Precisamos eleger um Legislativo que dialogue com a classe trabalhadora, porque de nada adianta um presidente de esquerda se temos um Congresso conservador", disse. O sindicalista convidou todos e todas a participarem do plebiscito sobre a reforma tributária, que aborda a taxação das grandes fortunas e a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil.  "Essas pautas, assim como o fim da escala 6x1, estão mobilizando a população. Esse movimento é fundamental para que possamos reeleger Lula, colocar trabalhadores no Congresso Nacional e reafirmar nossa democracia e nossa soberania", completou.

Menos agências, menos empregos e mais lucro

A realidade do Bradesco é a mesma dos demais bancos privados no Brasil: agências fechando, demissão em massa, sobrecarga de trabalho, zero função social e cofres cheios de dinheiro. De acordo com levantamento do Dieese, no primeiro trimestre de 2025, houve uma queda de 8,5% com despesas administrativas, gerando um lucro de R$ 15 bilhões. Entre 2020 e 2024, o número de postos de trabalho caiu em 14,5%, passando de 70.929 para 60.656. 

Em relação ao fechamento de agências, o Banco informou que foram fechadas 891 em todo o País entre o primeiro trimestre de 2024 e o primeiro trimestre de 2025. Um recorte do Rio Grande do Sul, divulgado pelo Comando Nacional dos Bancários, contabiliza 222 agências do Bradesco que encerraram suas atividades no estado entre 2019 e 2024. "A meta do Bradesco é se tornar um banco digital, sem loja física. Isso afasta uma parcela da clientela que prefere ser atendida por pessoas", observou Sandro Cheiran.

Quando se trata de programas sociais, o Bradesco investiu cerca de R$ 10 bilhões nos últimos 10 anos, valor pífio se comparado ao lucro do Banco no mesmo período, que foi de R$203,72 bilhões. Além disso, o Banco financiou projetos que já existiam e tinham eficácia comprovada, sem qualquer tipo de inovação. "Além de ser uma parcela pequena perto do lucro, não temos o menor controle social sobre esses investimentos", observou o analista do Dieese, Alisson Droppa.

Adoecimento

Embora o adoecimento de bancários e de bancárias em decorrência das metas abusivas tenha virada um fato corriqueiro, os trabalhadores não se conformam com essa realidade. No Encontro Estadual do Bradesco eles foram além das queixas e propuseram a articulação de ações nacionais para reivindicar menos metas e mais saúde. A sugestão, que será levada à COE Nacional, inclui a realização de protestos nas ruas, agências e redes sociais, em sintonia com outros estados, de forma a fazer um grande barulho e levar ao conhecimento da sociedade o que acontece nos bastidores do Banco. 

Durante o Encontro foram tratados outros temas como retirada de porta giratórias das agências, que gera insegurança em trabalhadores e clientes; ressarcimento integral de consultas médicas quando não houver o serviço credenciado ao Saúde Bradesco na cidade; e liberação do funcionário para consultas de rotina.

Os participantes também elegeram a delegação que irá representar o RS no Encontro Nacional do Bradesco, em agosto. 


 

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